Paul McCartney comenta sobre teoria de que estaria morto

Boatos sobre celebridades sempre existiram — e, muitas vezes, ganham força mesmo sem qualquer comprovação. Um dos casos mais famosos envolve Paul McCartney, que enfrentou rumores desse tipo ainda nos anos 1960.

De acordo com uma teoria popular, o ex-Beatle teria morrido em 9 de novembro de 1966 em um acidente de carro. A história afirma que ele teria sido substituído por um sósia chamado Billy Shears, que assumiria sua identidade desde então.

Ao longo das décadas, McCartney tratou o assunto com bom humor, e voltou a mencioná-lo recentemente em um artigo especial publicado no The Guardian, sobre o período pós-Beatles e a trajetória do Wings. O texto recebeu o título “The world said I was dead – in so many ways I was” (“O mundo dizia que eu estava morto — e, de muitas formas, eu estava”).

Logo no início do artigo, o músico relembra o surgimento do rumor, espalhado pelo DJ Russ Gibb:

“Um dos boatos mais estranhos começou a circular justamente quando os Beatles estavam se separando — o de que eu havia morrido. Já tínhamos ouvido isso antes, mas, de repente, no outono de 1969, instigado por um DJ americano, o rumor ganhou vida própria, e milhões de fãs pelo mundo acreditaram que eu realmente tinha partido.”

Em seguida, ele usa a história como metáfora para o momento turbulento que vivia após o fim da banda:

“Certa vez, perguntei a Linda: ‘Como eu poderia estar morto?’. Ela sorriu, segurando nossa filha Mary, ciente da força dos boatos e da manchete absurda que tomava os jornais. Ainda assim, era verdade que havíamos nos isolado na fazenda na Escócia, tentando escapar da mesma energia negativa que estava destruindo os Beatles.”

Refletindo sobre o passado, McCartney conclui que, de certa forma, os rumores tinham um fundo simbólico

“Mais de meio século depois, percebo que, de muitas maneiras, eu estava morto — um ex-Beatle de 27 anos, envolvido em disputas legais e pessoais, esgotado e precisando se reinventar. Eu me perguntava se seria capaz de seguir adiante depois de uma década tão intensa.”